Após décadas de uso de drogas e diagnóstico de Parkinson, Ozzy Osbourne prepara último show de sua vida

  • 03/07/2025
(Foto: Reprodução)
O ícone do rock e pioneiro do heavy metal está pronto para se apresentar para os fãs pela última vez. Os fãs estão esperando para ver em que estado Ozzy Osbourne vai se apresentar no palco neste sábado Getty Images via BBC De alguma forma, Ozzy Osbourne conseguiu sobreviver a décadas de álcool, drogas e devassidão — sem contar a prisão, os acidentes com risco de morte e a doença de Parkinson —, mas agora ele está se preparando para se apresentar pela última vez para os fãs. O Black Sabbath deixou uma marca indelével na música ao criar o som que ficou conhecido como heavy metal — e, além disso, Ozzy praticamente inventou a imagem do astro do rock selvagem. Ao beber, cheirar e transar ao redor do mundo em um estado de torpor semiconsciente nas décadas de 1970, 1980 e 1990, ele garantiu seu lugar no hall da infâmia do rock 'n' roll mordendo a cabeça de algumas pobres criaturas desavisadas ao longo do caminho. Depois, nos anos 2000, ele e sua família foram catapultados para uma nova forma de fama quando, sem querer, se tornaram pioneiros dos reality shows, enquanto as câmeras capturavam sua desbocada (mas afetuosa) vida doméstica disfuncional. O "Príncipe das Trevas" já ameaçou se aposentar antes — mas com o avanço dos seus problemas de saúde, o show de despedida deste sábado (5/7) parece ser realmente seu último ato nos palcos. O músico de 76 anos vai se reunir com seus companheiros de banda originais do Black Sabbath para se apresentar como principal atração de um show de um dia inteiro em um estádio, que vai contar com bandas que eles influenciaram ao longo dos anos — incluindo Metallica, Slayer e integrantes do Guns N' Roses e Rage Against the Machine. Este foi, não por acaso, descrito como o maior line-up de heavy metal de todos os tempos. Intitulado Back to the Beginning, o show no Villa Park, em Birmingham, vai realmente levar a banda de volta às suas raízes. O campo de futebol fica a poucos passos da casa geminada da infância de Ozzy, no subúrbio de Aston. Nos dias de jogos, o jovem Ozzy e seus amigos cobravam moedas dos torcedores para "cuidar" de seus carros. Ele brinca que seu primeiro emprego no setor musical foi como afinador de buzinas de automóveis em uma fábrica da região, antes de trabalhar em um abatedouro, o que permitia a ele fazer pegadinhas em pubs colocando olhos de vaca nos copos das pessoas. Mas ele queria escapar da monotonia do trabalho diário, e colocou um anúncio para uma banda em uma loja de discos. Isso acabou levando à formação do Black Sabbath, com seu amigo de escola e guitarrista Tony Iommi, o baixista e letrista Geezer Butler e o baterista Bill Ward. Outros grupos já haviam criado um som semelhante ao heavy metal, mas o Black Sabbath realmente estabeleceu o modelo com sua combinação de ritmos pulsantes, riffs de rock profundos e imagens de fantasia e horror. Murais do Black Sabbath foram pintados em Birmingham na preparação para o show Getty Images via BBC Murais do Black Sabbath foram pintados em Birmingham na preparação para o show Getty Images via BBC "Eles começaram absolutamente do nada e se tornaram superestrelas globais", diz o fã Joe Porter, de 47 anos, de Birmingham, enquanto admira os murais da banda que foram pintados na cidade antes do show. "Se você assistir aos primeiros shows deles, vai ver que eles tinham [equipamentos] básicos — um sistema de som, uma bateria pequena, um baixo e uma guitarra, e só. O som que eles conseguiam produzir com esses quatro instrumentos era como se houvesse 20 pessoas no palco." "E Ozzy parece um louco no palco, mas na verdade ele é apenas um cara normal." O apelo deles atravessa gerações, a julgar pelo público presente na nova exposição Ozzy Osbourne: Working Class Hero, em cartaz no Birmingham Museum and Art Gallery. "Eles começaram no ano em que minha mãe nasceu, em 1968", diz Byron Howard-Maarij, de 21 anos. "Sou um grande fã de metal, então o fato de os criadores estarem voltando para onde tudo começou é realmente emocionante." Outro fã, Riley Beresford, 25 anos, de Nottingham, herdou uma cópia do single Paranoid, de 1970, do Black Sabbath, como uma relíquia de família da avó. "Ela comprou um disco de sete polegadas do Paranoid e passou para minha mãe, e agora passou para mim. Está passando pela família", ele conta. "Eles criaram o heavy metal, não foi? Obviamente, a música é ótima, mas ele sendo selvagem só acrescenta ainda mais. Não há mais ninguém como ele, na verdade, não é mesmo?" "Acho que o motivo pelo qual as pessoas adoram Ozzy é que ele ainda é muito genuíno", diz Toby Watley, diretor de coleções do Birmingham Museums. "Ele se vê como um cara da classe trabalhadora de Aston. Na verdade, ele não mudou. Ele é exatamente o que você está vendo. Não está passando por uma lente de Hollywood e sendo glamourizado de forma alguma. As pessoas realmente amam e respeitam isso. E é algo de que Birmingham pode se orgulhar muito." A exposição apresenta artefatos emprestados por Ozzy e sua esposa, Sharon, incluindo discos de ouro e prêmios, como seus três Grammys e dois troféus do Hall da Fama do Rock 'n' Roll (um por ter sido incluído com o Black Sabbath, e o outro como artista solo). Eles refletem seu sucesso musical, enquanto fotos e vídeos dele no palco dão um pequeno vislumbre do seu lado mais selvagem. "Nunca se sabe ao certo o que vai acontecer em seguida, e acho que as pessoas gostam disso", acrescenta Watley. "Ele não é alguém que tenta seguir as regras. Ele faz tudo à sua maneira, no seu próprio estilo. Acho que isso é uma grande parte do apelo." Algumas de suas travessuras se tornaram lendárias. A mais notória foi morder a cabeça de um morcego vivo enquanto estava no palco em Iowa, em 1982. Ele jogava carne crua na plateia durante a turnê, o que levava os fãs a jogarem coisas no palco em troca. Ele afirma que pensou que o morcego era falso antes de dar uma mordida. Mas não tentou usar a mesma desculpa em relação às duas pombas cujas cabeças ele arrancou com uma mordida durante uma reunião da gravadora no ano anterior. Suas outras façanhas incluíram ser preso por urinar no monumento de guerra do Texas, o Álamo, enquanto usava um dos vestidos de Sharon; ser expulso do campo de concentração de Dachau por estar bêbado e causando tumulto durante uma visita ao longo de uma turnê pela Alemanha; apontar uma arma para o baterista do Black Sabbath durante uma "bad trip" de ácido; apagar e acordar no canteiro central de uma rodovia de 12 pistas; e massacrar os moradores do seu galinheiro com uma arma, uma espada e gasolina enquanto usava um roupão e um par de galochas. Black Sabbath sugeriu que sua turnê de 2016 seria a final Getty Images via BBC Tudo isso contribuiu para a lenda de Ozzy — mas, na realidade, a maior parte do seu comportamento não era muito atraente ou glamourosa. Ele era um desastre, e o álcool e as drogas deram a ele uma personalidade como a do personagem do livro O Médico e o Monstro. Em 1989, ele acordou na cadeia, e foi informado de que havia sido preso sob suspeita de tentativa de homicídio por estrangular Sharon. Ele não conseguia se lembrar de nada disso. Ela retirou a queixa. Em 2003, já supostamente sem beber, ele quebrou o pescoço depois de cair de um quadriciclo, e foi diagnosticado com Parkinson no mesmo ano. Em 2019, sofreu uma lesão na coluna em uma queda. Os fãs estão esperando para ver em que estado ele vai se apresentar no palco neste sábado. Quando ele foi incluído no Hall da Fama do Rock 'n' Roll como artista solo no ano passado, teve que se sentar em um grande trono preto — adornado apropriadamente com caveiras e um morcego gigante. O mesmo trono apareceu em fotos dos ensaios para o show deste fim de semana em Birmingham. Seu corpo sobreviveu a mais abusos do que o de praticamente qualquer outra pessoa no planeta — mas a idade e a realidade médica estão chegando até ele. Sharon disse que este será definitivamente seu último show. Ele e seus fãs provavelmente serão forçados a aceitar isso, embora no passado ele tenha achado impossível ficar longe dos holofotes por muito tempo. "Sabe quando vou me aposentar?", perguntou ele em um documentário de 2020. "Quando eu ouvir alguém pregando uma tampa no meu caixão. E aí eu vou fazer um bis." 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FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/noticia/2025/07/03/apos-decadas-de-uso-de-drogas-e-diagnostico-de-parkinson-ozzy-osbourne-prepara-ultimo-show-de-sua-vida.ghtml


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